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III Coloquio Internacional
Franco – Latinoamericano

22, 23 y 24 de outubro 2025 – Santiago, Chile

O que significa trabalhar?

Este colóquio tem como objetivo interrogar o conceito de trabalho e seu significado, enquanto atividade e sistema, intrinsecamente vinculado a todas as atividades humanas, individuais, coletivas e sociais. Para ampliação do conceito, além da categoria de emprego, são propostas algumas perguntas que permitem explorar o significado do trabalho em diferentes dimensões:

Questionar o trabalho e a relação entre o trabalho e a vida através pela relação gênero e raça.

a relação assimétrica dos homens e mulheres (e aqui entre brancos e racializados) com o trabalho constitui um analisador dos fundamentos da separação das esferas de vida e atividades na sociedade assalariada. O trabalho profissional e doméstico, remunerado e não remunerado, produtivo e reprodutivo, mercantil e não mercantil, para as mulheres forma um todo, ao contrário do que ocorre com os homens, para quem a dissociação trabalho/vida é dominante. A disjunção das duas esferas de atividade, chamadas produtiva e reprodutiva, e sua continuação em termos de separação dos domínios privado/público, fundamenta uma ordem social que o reconhecimento da relação com o trabalho das mulheres poderia contribuir para desconstruir. Introduzir a questão da diferença de gênero e da atribuição racial no trabalho e a violência que se manifesta em muitos casos e culturas (como racismo, transfobia, misoginia) permite compreender melhor a dominação da norma masculina e branca e promover os meios para se libertar dela. Assim que o homem deixa de ser a medida, assim que o trabalho masculino deixa de ser a referência universal, a visão geral muda. A distinção masculino/feminino/branco e outro permite analisar e compreender as profissões e sua hierarquia, a distribuição das tarefas, ofícios, atividades. Revela essa valorização diferenciada dos sexos transhistórica, hoje menos negada e naturalizada do que antes, em grande parte graças aos movimentos de luta e resistência das mulheres e às lutas antirracistas e anticoloniais. De fato, a indissolubilidade das duas esferas de atividade (produtiva/reprodutiva) que se impõe às mulheres, constitui uma relação potencialmente subversiva à sociedade assalariada: desafia a desqualificação do trabalho feminino simultaneamente nas duas frentes do trabalho assalariado e do trabalho doméstico. O trabalho doméstico foi excluído do mercado de troca, separado das questões de ordem pública, política e econômica e reduzido ao «privado». Portanto, não é considerado um trabalho em si mesmo, e as profissões que dependem das habilidades adquiridas no âmbito doméstico (particularmente as profissões de cuidado) lutam para que se reconheça sua profissionalidade.

O sentido e a relação com o trabalho em contextos sociohistóricos marcados por uma metamorfose da sociedade assalariada em relação às mutações do capitalismo

também estão afetados por uma virada sociocultural e até antropológica, o que contribui para um aumento das interrogações sobre o significado do trabalho-emprego e seu lugar na vida de todos. No entanto, esta interpretação não pode ter um alcance universal: outros contextos sociohistóricos marcados pela colonização, a escravidão, o trabalho forçado, desafiam o modelo histórico de trabalho assalariado dominante no mundo ocidental. Esses contextos permitem reconhecer que a informalidade não é um fenômeno contemporâneo, mas faz parte do longo prazo da história, e em particular da história colonial. Muitas atividades, nas fronteiras da independência e da informalidade, podem responder a duas lógicas diferentes de compromisso: o investimento no distanciamento do trabalhador assalariado e a racionalização do distanciamento do trabalhador assalariado. Neste caso, a noção de zona cinzenta permite explorar o enfraquecimento das categorias binárias de trabalho e emprego (autônomo/empregado, emprego/desemprego, tempo de trabalho/tempo livre, etc. local de trabalho/local de residência, formação/trabalho, etc. ) e, mais amplamente, de um grande número de categorias de emprego herdadas da época «fordista» do século XX.

Transformações no trabalho e emprego

novas tecnologias e transformações dos espaços-tempos do trabalho, mas também intensificação, individualização e precarização) fazem ao trabalho nos outros domínios da vida… e reciprocamente. A fragilização da distinção entre lugar de trabalho e lugar de vida – o home office, o trabalho nômade… combinada com a diluição das referências temporais, uma prevalência do presenteismo e um desfoque do futuro afetam todas as esferas da vida.

A sustentabilidade do trabalho e a construção da saúde

ao longo (trajetórias de vida, trajetórias de saúde) e ao longo da vida (interdependência dos domínios de vida). As problemáticas contemporâneas do trabalho, mas também do emprego (intermitência, precarização, externalização, divisão social dos riscos e danos) têm incidências na saúde (patologias da intensidade, sofrimento no trabalho) e as condições de uma possível preservação de um poder de ação sobre a vida profissional em saúde parecem reduzir-se. A saúde também pode ser afetada por outros eventos da vida que a expõem a dificuldades e impedimentos em todos os seus domínios. Para compreender como se entrelaçam nas histórias de pluriatividades as histórias de saúde, a abordagem diacrônica é essencial. Permite identificar os processos, os eventos em seu desenvolvimento temporal e, ao mesmo tempo, identificar os determinantes e o trabalho das pessoas sobre sua própria história. Essa perspectiva é apoiada por um modelo de sujeito ativo e não objeto de determinismos plurais. O conceito de «trabalho de saúde» busca dar conta da construção da saúde tecida na atividade em um sistema de atividades plurais em que estão em jogo regulações muitas vezes invisíveis e vínculos de intersignificação das condutas em processos de socialização.

Os desafios ecológicos relacionados à interdependência das esferas, lugares e tempos da atividade

O desenvolvimento do tema da transição ecológica deve-se à conscientização sobre vários fenômenos que afetam nossas sociedades: a multiplicação e agravamento das crises sanitárias e catástrofes industriais, o aquecimento global, a poluição da água, do ar e do solo, o desmatamento, a superexploração de nossos recursos naturais, a degradação da biodiversidade, as tentativas de extermínio dos povos originários… Essas constatações questionam tanto nossos modelos econômicos de produção e consumo, nossa relação com o intergeracional (necessidades das gerações presentes sem comprometer as das gerações futuras). Como se inscrever em um meio, ter protagonismo e contribuir para seu funcionamento e vida? Que formas tomam as resistências e contestações do consumismo e do produtivismo? Aqui também se impõe uma mudança de escala: é necessário considerar um ambiente mais amplo que o das situações laborais.

Os desafios políticos do trabalho que atravessam cada um dos eixos desenvolvidos acima

A divisão sexuada e racializada da organização do trabalho, bem como as implicações políticas das transformações do trabalho assalariado, os modelos de organização do trabalho cada vez mais restritivos, mas potencialmente sedutores devido à «liberdade» percebida nesses novos quadros precarizados podem levar à deserção das resistências e mobilizações coletivas. No entanto, também é necessário reconhecer formas alternativas de resistência instituídas por meio de mobilizações que ultrapassam o espaço produtivo e investem outras cenas: o território, as redes sociais ou associativas, os bairros… O trabalho na Cidade e o trabalhador cidadão são as duas faces de uma mesma questão: que construção e distribuição do poder de ser e fazer podem contribuir para desenvolver a construção do bem comum, conectando os diferentes domínios da vida? Como repensar o trabalho, seus sujeitos, seus meios e seus fins?

Andrea Pujol (UNC, Argentina)
Alejandra Inostroza (PUC, Chile)
Carolyne Reis Barros (Université Fédérale de Minas Gerais – UFMG)
Dominique Lhuillier (CRTD- CNAM, Francia) Javier Martinez (UDD, Chile)
Javier Martínez (UDD, Chile)
Jesús Yeves (UDP, Chile)
Jorge Gallardo, (UA – USACH, Chile)
Julio César Neffa (UNM, Argentina)
Magdalena Garcés (PUC, Chile)
Margaux Trarieux (Paris-Cité, Francia)
Matías Sanfuentes (Fen UCH, Chile)
María Inés Gutiérrez (UNC, Argentina)
María Laura Henry (UNM, Argentina)
Mauro Ramos (UMCE, Chile)
Patricia Guerrero (PUC, Chile)
Pablo Zuleta (UBO, Chile)
Rodrigo Finkelstein (PUC, Chile)
Simon Viviers (FSE- Ulaval, Canadá)
Vanessa Barros (UFMG, Brasil)
Viviana Tartakowsky (UBO, Chile)

AdelaÏde Nascimiento (INRAE, Francia)
Anne Marie Dujarier (LCSP, Francia)
Antonio Stecher (UDP, Chile)
Constanza Dall Asta (UNC, Argentina)
Eric Hamaroui (CRTD – Cnam, Francia)
Fabio de Oliveira (USP – Brasil)
Javier Navarra (UNC, Argentina)
Jesús Yeves (UDP, Chile)
Jorge Falcão (UFRN, Brasil
Juan Cristobal Cox (PUC, Chile)
Julio César Neffa (UNLP, Argentina)
Leticia Muñiz Terra (UNLP-Conicet, Argentina)
Ludmila Guimarães (CEFET – MG, Brasil)
Mariana Lacomblez (UP, Portugal)
Marc Eric Bobillier (CRTD- Cnam, Francia)
María Laura Henry (UNM, Argentina)
Maristela Pereira (UFU, Brasil)
Marcia Hespanhol (USP, Brasil)
Matías Sanfuentes (Fen UCH, Chile)
Muriel Prévot-Carpentier (UP8, Francia)
Pablo Zuleta (UBO, Chile)
Nora Gray (UVM, Chile)
Sabrina Rouat (UCBL, Francia)
Simon Viviers (Ulaval, Canadá)
Silvia Franco (UDELAR, Uruguay)
Thais Máximo –(UFPB, Brasil)
Tania Aillón Gómez (UMSS-Bolivia)

Apresentação breve de projetos de pesquisa empírica, experiências de intervenção, reflexões teóricas acadêmicas e práticas em diferentes domínios do trabalho e das organizações (saúde, educação, movimentos sociais, organizações, etc.), que estejam relacionadas a um dos eixos temáticos do colóquio. As propostas devem ter entre 2000 e 5000 caracteres e indicar claramente o eixo temático ao qual pertencem, a afiliação e o país dos/as autores/as.

Data limite para envio de trabalhos
17 de abril de 2025 (Prazo estendido para recebimento de trabalhos)

 

Data de resultado das avaliações
10 de junho de 2025

 

Divulgação do programa
17 de julho de 2025

Valores

Mais informações email de contato: email: coloquiofl2025@gmail.com Pontificia Universidad Católica de Chile – Escuela de Psicología, Campus San Joaquín – Avda.Vicuña Mackenna 4860, Macul, Santiago de Chile

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